O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, tomou uma decisão drástica ao afastar representantes de entidades sindicais investigadas por fraudes no INSS do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). A medida, anunciada em 26 de maio de 2025, veio após denúncias de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, estimados em bilhões de reais. A substituição por indicados do governo visa restaurar a confiança na gestão previdenciária, enquanto as reuniões do conselho agora serão gravadas para garantir transparência. Essa ação reflete a gravidade do escândalo que tem abalado o setor.
Centrais sindicais reagiram com indignação, classificando a decisão como um ataque à democracia e à gestão tripartite da Previdência, um direito assegurado pela Constituição de 1988. Elas argumentam que o afastamento prejudica a voz dos trabalhadores e aposentados, essencial para o equilíbrio do CNPS. Apesar disso, o ministro defende que a suspensão não é um pré-julgamento, mas uma forma de permitir que os investigados se defendam sem interferir nos debates do conselho. A tensão entre o governo e os sindicatos promete escalar, com possíveis ações judiciais no horizonte.
As investigações revelaram um esquema complexo envolvendo entidades que realizavam descontos não autorizados, com prejuízos estimados em até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Figuras como Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, emergem como operadores centrais, movimentando milhões através de empresas de fachada. A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) continuam a apurar a extensão da fraude, que inclui propinas e bens de luxo para servidores do INSS. O caso expõe fragilidades na supervisão dos acordos de cooperação técnica com o instituto.
Diante da crise, o governo promete ressarcir os aposentados afetados, mas ainda não detalhou como ou quando isso ocorrerá. A demissão do ex-ministro Carlos Lupi e do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, sinaliza um esforço para conter o dano político. No entanto, a pressão por uma CPI no Congresso cresce, com a oposição apontando falhas na gestão anterior e atual. O STIAVAR, atento à situação, reforça seu compromisso em proteger os direitos dos trabalhadores, acompanhando de perto os desdobramentos para garantir dignidade e respeito.
FONTE: oglobo.com

